(Foto: Revista Crescer)
A matemática é uma das componentes curriculares com maior carga horária nas escolas, o que se justifica não apenas por sua importância para o exercício da cidadania num mundo onde os dados quantitativos estão cada vez mais presentes, mas também por sua importância para o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico das nações. Entretanto, a relação da maior parte dos estudantes com a matemática escolar, infelizmente, não é das melhores. A ansiedade frente à matemática é um problema que vem sendo cada vez mais estudado:
"Genericamente, a ansiedade face à matemática define-se como 'um sentimento de tensão ou ansiedade que interfere com a manipulação de números ou a resolução de problemas matemáticos em situações académicas ou quotidianas'. A investigação mais recente aponta para um início precoce do problema (já no 1.º ciclo do Ensino Básico) e para uma incidência que não é exclusiva dos alunos com dificuldades. A título de exemplo, um estudo recente, com alunos do ensino básico e secundário, revelou que 77% dos participantes com ansiedade face à matemática apresentavam um desempenho académico médio ou elevado." (Oliveira, 2020)
Sem sombra de dúvidas, a ansiedade dos estudantes frente à matemática - tão frequente e com tantos desdobramentos para a aprendizagem e o desempenho escolar - tem impacto nas rotinas e nas relações familiares. Só isso, penso eu, já justificaria um espaço para debater como os pais (responsáveis pelas crianças e jovens em geral) podem lidar com com o problema. Porém, há ainda outra razão para abrir esse canal de diálogo: os pais podem não apenas "lidar" com o problema, mas podem ter um papel muito importante na sua superação.
Para isso, em primeiro lugar, é preciso reconhecer o impacto das crenças negativas associadas à matemática, como, por exemplo, uma disciplina “difícil”. Esse tipo de crença gera um efeito psicológico de “profecia auto realizadora”. Quanto mais baixas as expectativas dos estudantes sobre sua capacidade para a matemática, maior é a chance de que se tornem desengajados com relação às tarefas matemáticas. A consequência, claro, é o insucesso, que confirma a baixa expectativa, num terrível ciclo vicioso. O que ocorre é que as crenças negativas sobre a matemática acabam se misturando à mentalidade fixa sobre a capacidade de aprender e se desenvolver nessa disciplina.
Então, em segundo lugar, para ajudar seus filhos a estabelecer uma relação melhor com a matemática, é desejável que os pais também se reconciliem com ela, se for o caso. Isso porque a melhor forma de não passar adiante essas crenças negativas é livrar-se genuinamente delas.
Os posts do "Matemática pra pais" pretendem dar algumas ideias para ajudar os estudantes e suas famílias a lidarem com a matemática com mais leveza e (por que não?) com mais prazer. E, se a sua família já é fã de matemática, melhor ainda: vamos juntos!
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